2.3.1 As etapas da estrutura da história

A estrutura de uma história ou narrativa é a ordem específica pela qual os acontecimentos são organizados. Mesmo que o enquadramento possa ser diferente, quase todas as histórias têm os mesmos elementos: a vida quotidiana, o catalisador, a ação crescente, o clímax, o tempo perdido e a resolução.

Existem várias estruturas, mas apresentamos algumas das mais comuns.

O Círculo de Histórias de Dan Harmon

O “Embrião de Histórias”, ou Círculo de Histórias de Dan Harmon, é uma estrutura de oito etapas em que o protagonista persegue um objetivo fora do seu mundo quotidiano. Os passos são a zona de conforto; o protagonista tem algumas necessidades; entra numa situação desconhecida; adapta-se a ela; alcança o que quer; perde muito por isso; regressa à sua zona de conforto e muda.

Curva de Fichtean

Nesta estrutura narrativa simples, existem apenas três elementos: a ação ascendente, o clímax e a ação descendente. As ações ascendentes ocorrem algumas vezes durante as histórias. Conduzem o/a protagonista ao longo da história, com mais tensão de cada vez, até atingir o clímax. Esta deve mostrar como a sua personagem reage à crise final. Depois de todas estas ações e do clímax, surge a ação de queda. É quando se libertam todas as tensões e se podem explicar e resolver todas as situações que aconteceram até agora.

Pirâmide de Freytag

Esta é a mais trágica. É composta pelos seguintes elementos: Introdução, Ascensão, Clímax, Retorno/Queda e Catástrofe. Esta estrutura é menos utilizada atualmente, uma vez que as pessoas preferem finais felizes a histórias tristes.

Estrutura de enredo linear

A ideia desta estrutura é contar os acontecimentos pela ordem em que ocorrem, por ordem cronológica. O/A protagonista pode ainda regressar ao passado através de uma retrospetiva, mas esta deve ser claramente mencionada. Esta estrutura narrativa é a mais utilizada em várias formas de contar histórias.

Estrutura de enredo não linear

Ao contrário da anterior, esta estrutura não respeita de todo a ordem cronológica! Corre o risco de perder o seu público ao longo da história, mas também cria uma dinâmica intensa em torno da sua narrativa e exige mais concentração da parte deles.

Estrutura de enredo paralelo

O nome diz tudo: histórias diferentes que acontecem simultaneamente sem ligação aparente. Por vezes, acabam por se cruzar, mas não é obrigatório.

Estrutura de três atos

Tal como o nome indica, é uma estrutura dividida em três atos: a preparação, o confronto e a resolução. Na configuração, encontrará a exposição (a base da sua história), o incidente incitante (mudança de vida para o/a protagonista) e o primeiro ponto de viragem (após os desafios, o/a protagonista segue o seu novo caminho). Depois, no confronto, há a ação crescente (novas personagens, novos desafios, novo mundo), o ponto intermédio (um acontecimento que cria um verdadeiro antes/depois) e o segundo ponto de viragem (outra reviravolta que faz com que o/a protagonista pareça ter falhado). E, finalmente, o terceiro ato, a resolução. É composto pelo falso clímax (a personagem apercebe-se de que precisa de tomar medidas decisivas para vencer), pelo clímax (a batalha final) e pela denúncia/resolução (regresso à vida quotidiana, mas com novos hábitos/perspetivas). Este esquema pode ser útil se precisar de direções concretas para estruturar a sua história.